Que dia feliz. Hoje era nossa ida ao cinema com os alunos do período noturno da Escola Estadual Maria José, onde como já compartilhado aqui leciono artes. A frequência a noite a cada dia fica menor, óbvio, a escola pública ( essa instituição falida) não proporciona junto desse horroroso sistema, um ambiente de troca e diálogo. Mas nós professores resistentes lutamos e muito para tornar a escola um lugar afetivo. Diante dessa luta mencionada, seguimos hoje para o cinema, afinal quando temos essa oportunidade de ver um documentário sobre as escolas públicas e bullying.
Ganhamos convites, e o melhor um desconto maravilhoso na pipoca e refrigerante. Meus alunos estavam todos arrumados, felizes, fomos a pé mesmo pois o shopping é perto da escola. Chegando no Cinemark, até então tudo ótimo. Fomos recepcionados por uma “educadora” de uma ONG responsável pelo lindo convite. Como eram muitos alunos, ficamos focados na entrega dos bilhetes através de uma lista pois depois íamos dialogar sobre as reflexões do filme. Essa senhora, insistiu muito para tirarmos foto com o fundo desse filme apresentado aqui. E nós querendo saber onde estava o cartaz do filme que de fato haviam repassado a nós os convites, o tal do documentário.
Eu mesmo bati essa foto, devido a correria minha ficha ainda não tinha caído. Os alunos entraram, e eu fui o último a entrar na sala de cinema, pois estava responsável junto dos meus colegas de garantir que todos entrassem tranquilos. Quando adentro a sala de cinema, com mais ou menos 100 alunos nossos, comecei a achar estranho o filme que estava sendo reproduzido. Era o famoso filme que conta a “tocante” e “comovente” história do Pastor Edir Macedo chamado “Nada a Perder”.
Sem entender fui até essa “querida” organizadora que foi tão “gentil” em nos convidar, nós “simples” e “alienados” professores e alunos para entender o que se passava! A mesma me disse: “É um filme de superação professor”. E eu indignado, chocado, perplexo, lhe disse: O que? Esse é um filme de evangelização massacrador, nojento, de um discurso construído em em cima do ódio, preconceituoso de um cara que não nos representa. Fui até um professor amigo, e saímos da sala para respirar e entender o que estava acontecendo, porque era inacreditável.
Liguei na escola, os mesmos disseram também ter sido enganados. E deixei bem claro: nós vamos embora! Abri as duas portas da enorme sala de cinema, de um shopping burguês ( acreditem, quando chegamos ao shopping as escadas rolantes foram desligadas quando subíamos em turma) e todos saíram, sem exceção, enquanto alguns colegas professores ficaram na sala de cinema. Os funcionários do cinema ficaram chocados, e toda a recepção também. Eu não sabia onde enfiar a minha cara diante dos meus alunos, que também estavam extremamente desapontados.
Disse a eles para irem descansar ( afinal a maioria trabalha o dia todo), e para darem um “role” pelo shopping que estava todo apreensivo com nossa presença por lá. Disse também para refletirem, e que nossa próxima sessão de cinema será na escola, faço questão de organizar. Eles seguiram. E eu segui também com meus colegas perplexos com o ocorrido. Vim para a casa chorando, muito, muito triste! Sigamos com muita força, luz e resistência!
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Fonte: https://www.facebook.com/Artista.Marcelo.Prudente/posts/10215587952120199Ganhamos convites, e o melhor um desconto maravilhoso na pipoca e refrigerante. Meus alunos estavam todos arrumados, felizes, fomos a pé mesmo pois o shopping é perto da escola. Chegando no Cinemark, até então tudo ótimo. Fomos recepcionados por uma “educadora” de uma ONG responsável pelo lindo convite. Como eram muitos alunos, ficamos focados na entrega dos bilhetes através de uma lista pois depois íamos dialogar sobre as reflexões do filme. Essa senhora, insistiu muito para tirarmos foto com o fundo desse filme apresentado aqui. E nós querendo saber onde estava o cartaz do filme que de fato haviam repassado a nós os convites, o tal do documentário.
Eu mesmo bati essa foto, devido a correria minha ficha ainda não tinha caído. Os alunos entraram, e eu fui o último a entrar na sala de cinema, pois estava responsável junto dos meus colegas de garantir que todos entrassem tranquilos. Quando adentro a sala de cinema, com mais ou menos 100 alunos nossos, comecei a achar estranho o filme que estava sendo reproduzido. Era o famoso filme que conta a “tocante” e “comovente” história do Pastor Edir Macedo chamado “Nada a Perder”.
Sem entender fui até essa “querida” organizadora que foi tão “gentil” em nos convidar, nós “simples” e “alienados” professores e alunos para entender o que se passava! A mesma me disse: “É um filme de superação professor”. E eu indignado, chocado, perplexo, lhe disse: O que? Esse é um filme de evangelização massacrador, nojento, de um discurso construído em em cima do ódio, preconceituoso de um cara que não nos representa. Fui até um professor amigo, e saímos da sala para respirar e entender o que estava acontecendo, porque era inacreditável.
Liguei na escola, os mesmos disseram também ter sido enganados. E deixei bem claro: nós vamos embora! Abri as duas portas da enorme sala de cinema, de um shopping burguês ( acreditem, quando chegamos ao shopping as escadas rolantes foram desligadas quando subíamos em turma) e todos saíram, sem exceção, enquanto alguns colegas professores ficaram na sala de cinema. Os funcionários do cinema ficaram chocados, e toda a recepção também. Eu não sabia onde enfiar a minha cara diante dos meus alunos, que também estavam extremamente desapontados.
Disse a eles para irem descansar ( afinal a maioria trabalha o dia todo), e para darem um “role” pelo shopping que estava todo apreensivo com nossa presença por lá. Disse também para refletirem, e que nossa próxima sessão de cinema será na escola, faço questão de organizar. Eles seguiram. E eu segui também com meus colegas perplexos com o ocorrido. Vim para a casa chorando, muito, muito triste! Sigamos com muita força, luz e resistência!
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