21/01/2019

OPULÊNCIA E MISÉRIA - Relato de ex-esposa

Textos parcialmente corrigidos a parti de 24/03/17

Mensagem recebida
OPULÊNCIA E MISÉRIA.

Olá Bp Alfredo. Somos um casal de ex Pr. da IURD. Meu marido foi Pr. de lá, por quase 18 anos, e casados ficamos por 11 anos, saímos recentemente.

Assim que casamos fomos ser segundo no interior de Minas Gerais, na cidade de Conselheiro Lafaiete. No meu 1ª dia como esposa de pastor, após a reunião de domingo, consagração dos dizimistas, subi sozinha para o escritório, porque a esposa do regional havia me chamado. Quando cheguei, ela estava sentada na cadeira em uma mesa de escritório, forrada de dízimos e ofertas. Eu timidamente me apresentei; e ela disse: “vamos moleza, junta cara com cara”.

Eu nunca havia entrado em um escritório da igreja antes, nunca tinha me questionado com relação às ofertas, no sentido de quem as contava, eu estava tremendo de temor.
O meu terror psicológico começou com este casal, Pr Anderson e Dª Heloísa, hoje ele é Bispo da igreja Mundial.

Essa esposa, só sabia me humilhar, dizia que eu era mole para contar as ofertas, isso aos berros. Minhas mãos cheiravam a azeite de oliva, eu me ungia varias vezes ao dia, para conseguir contar oferta rápido, com menos de um mês, eu fechava as ofertas de toda a região sozinha. Às vezes alguma coisa no fechamento dava errado, e o Pastor Anderson, batia na mesa aos gritos me chamando de burra.Chamava meu esposo e dizia que era para ele dar uma bronca.

Assim eram os meus dias, chegou um ponto, que esse pastor me chamava no escritório, e eu tremia, literalmente, de tanto medo. Eu ia embora para casa, fazendo vomito de tanto chorar. Um dia, estava na mesa no escritório, contando a oferta, era véspera de fogueira Santa, tínhamos meses de casados, o Pastor Anderson, pegou o tel e ligou para outro regional, para falar do movimento que ele tinha feito na igreja com os envelopes.

Ele disse” coloquei o demônio, segurando a sacola, para pedir a oferta, e arrebentou. Coloca o demônio pra pedir a oferta aí, e vai arrebentar e gargalharam”.
Essas palavras nunca mais saíram da minha mente. Fiquei confusa, porque eu já havia dado minhas ofertas, varias vezes naquela mesma situação.

Essa foi minha 1ª grande decepção. Eu casei pesando 47k fui emagrecendo por que tinha muito trabalho na igreja, cheguei a pesar 43k ou até menos. um dia o pastor Anderson me chamou e disse que não queria me ver usando uma calça jeans que eu tinha( cabiam 2 de mim, de tão larga); porque ela me deixava com uma “pererequinha”, fazendo a expressão com as mãos.

Esse casal, deixou graves lembranças no meu psicológico. Fomos segundo, por 5 anos direto. Vimos um pouco de tudo, éramos bons servos, ou melhor, escravos de Cristo, como dizia o Bp Macedo.
Saímos de 2º, para pegarmos região. Na época em que o Bp Clodomir passou em MG- BH ele fez um verdadeiro vendaval, trocou todos os regionais, mandando para outros estados. Fomos transferidos para Belém do Pará, nessa época eu havia fraturado o cóccix e não havia terminado o tratamento.

15/01/2019

VÁ NA TUA FÉ ...se vira!

Textos parcialmente corrigidos a parti de 24/03/17

Boa Tarde Alfredo!

Não gostaria de ser identificada pelo nome, pois tenho vergonha desta instituição a que servi.

Eu e meu esposo permanecemos nesta instituição durante 4 anos. Chegamos a Universal em busca de uma ajuda espiritual para nosso casamento, pois tínhamos incompatibilidade de gênios. Meu esposo tinha uma empresa e eu sou servidora pública em Brasília. Tínhamos um condição financeira favorável, com dois carros novos, casa mobiliada, três contas bancárias com dinheiro, fazíamos viagens de duas a três vezes ao ano, andávamos muito bem vestidos e todas as contas pessoais e da empresa totalmente em dia.

Ficamos inicialmente, em uma igreja de bairro em uma cidade satélite de Brasília. Tínhamos o coração totalmente aberto a obra de Deus, tudo que o pastor solicitava em ajuda financeira, estávamos dispostos a ajudar. Ajudamos a levar diversos membros que não tinham condições ao Templo de Salomão, compra de equipamento de som para a igreja, dízimos, ofertas e tudo mais que fosse pedido pelo suposto homem de Deus.

Meu esposo solicitava apenas ao pastor que não gostaria que revelasse que era ele quem ajudava. Ao passo que chegou o primeiro momento da Fogueira Santa e com toda a pregação do pastor, perguntamos a ele como funcionava, ele nos explicou sobre colocar o nosso "TUDO" no altar, e as benção de Deus desceria sobre nossas vidas.

Desta forma nosso primeiro sacrifício foi a venda de todas as máquinas e equipamentos da empresa, cujo meu esposo lutou para conquistar. Ali estava seu sonho, mas se Deus pedia e se era capaz de nos restituir novamente, o que seria aquela entrega diante do Deus Vivo. Saímos dessa igreja Passamos a frequentar a Catedral que logo foram transferida as reuniões para o famoso SOLO SAGRADO - local do qual o Bispo Wagner viu um grande potencial, deslocando todos os membros da Catedral para o SOLO.

Foi o grande triunfo dele, diversas pessoas passaram a frequentar, nem se comparava ao numero de membros que iam aos domingos a Catedral, tanto é que tem o slogan: NESTE LUGAR DEUS É REAL. Hoje ao saber da roubalheira, entendemos porque o Bispo Macedo em 1 ano e meio foi lá três vezes. Passamos a ser Evangelistas, acreditávamos nas conversas de ir em busca de almas, passamos a nos dedicar dia e noite à suposta obra de Deus, tínhamos o prazer de servir e quando havia um pedido do pastor, apenas falávamos: EIS ME AQUI.

Meu esposo muitas vezes deixava o trabalho de lado, eu saia mais cedo do meu trabalho para servir a Deus como evangelista. Deixávamos nossos filhos sem a nossa presença para passar o dia inteiro na igreja domingo. E nesse meio tempo, fomos perdendo financeiramente. Perdemos os dois carros, nossa casa, as contas bancárias do meu esposo.

Como resultado de todo empenho que fizemos nessa maldita instituição meu esposo tem 13 causas trabalhistas na justiça de ex funcionários. Meus filhos estão em escola publica, tenho uma dívida no banco astronômica e chegamos ao ponto de não termos nem o leite para dar para nossos filhos.
Houveram dias, de não termos comida, desodorante, creme dental, coisas básicas para um ser humano. Roupa, sapato....nada......era tudo para o altar.

Porém uma semana antes da última Fogueira Santa de dezembro, nós despertamos, foi por um triz, quase continuaríamos como zumbis. Desistimos, pois eu entregaria tudo que iria receber fim de ano salário, férias e decimo terceiro, devido o desespero de tentar voltar a situação que tínhamos anteriormente.

E sempre que íamos conversar com esses cretinos, alegando que nada havia acontecido, eles diziam, que não tínhamos dado nosso tudo, que tinha algo errado, poderia ser uma mágoa, que tínhamos que manter a fé e, principalmente 'VÁ NA TUA FE", ou seja, se vira.