Mensagem recebida
Estimado Bispo Alfredo,
Meu nome é Marcia, mais uma ex-obreira da IURD. Eu quero deixar meu relato, e também uma mensagem para os obreiros e membros que devem estar passando por sérios conflitos internos diante de tudo isso, e o que estar por vir. Pois eu creio que a justiça de Deus há de ser feita. Peço que o senhor não mencione meu sobrenome, apenas meu nome, pois ainda tenho um irmão que está como pastor na Universal, acho que o senhor o conhece. Me preocupo muito com ele. Inclusive em junho
deste ano ele teve sérios problemas de saúde.
Bispo, eu estive como obreira entre os anos de 1990 e 1997, servia na IURD da sede de Botafogo, servia com muito amor, e por conta da minha posição profissional, eu tinha um tratamento diferenciado, isso sempre ocorreu e ainda ocorre. Obreiros com uma condição sócio/econômica privilegiada tem um tratamento exclusivo. Acesso aos bastidores. Inclusive quando houve a compra da Record, fiz vários testemunhos, na época acreditamos que seria uma TV totalmente voltada para a Obra do Senhor Jesus. Eu lembro que no Rio de Janeiro, a sede da TV era na Praça Onze, eu e alguns obreiros fazíamos a faxina, tinham obreiras que faziam o trabalho de maquiagem, todos com um objetivo único de servir ao Senhor Jesus.
Mas com o passar do tempo, passei a tomar conhecimento do lado negro desta instituição, pois um dos meus irmãos fazia trabalho de despachante para eles, mas quem era responsável oficial desse serviço era meu pai. E comecei a ver que a maioria dos pastores tiravam ou renovavam suas carteiras de habilitação da forma "mais rápida"...pagando para ter um serviço mais rápido, o mesmo acontecia
com a documentação dos carros. Inclusive meu pai fez as carteiras de habilitação internacional do Bispo Macedo e sua família. Eu achava estranho, porque se era pregado que tínhamos que andar na verdade, porque fazer as coisas assim.
Aconteceu que um dia uma pessoa fez uma denúncia para Polícia que no escritório do meu pai havia documentos do Detran assinados em branco pelos médicos, eram para documentação de dois bispos. E meu pai assumiu toda responsabilidade, paguei quase R$ 30.000,00 com advogado e paguei para
Policia deixar meu pai preso em uma sala especial. Sim, meu pai ficou 15 dias preso. E ele tinha câncer. A Igreja não fez nada. Sequer mandou alguém para orar por ele. E meu pai não queria cobrar nada, pois ela tinha muito medo de acontecer algo com meu irmão pastor, que nada
época estava fora do Brasil.