21/08/2017

"Só o sacrifício move a mão de Deus"

Textos parcialmente corrigidos a parti de 24/03/17

Mensagem recebida

Desde meus seis anos de idade frequentei a Universal até meus 23 anos, onde finalmente o Espírito Santo me libertou de lá. Minha família entrou em 1999, no auge da igreja aqui na minha cidade. Durante minha infância, fiz vários sacrifícios, pois aprendi que "só o sacrifício movia a mão de Deus". Tínhamos uma vida financeira confortável, então sacrificava celulares, videogames e mesadas. Já cheguei a vender picolé, doar jóias, até um ano de salário (quando tinha apenas 16 anos). O que não me deixava tão bitolado era que estudava em uma escola presbiteriana, então tinha colegas de outras igrejas, então nunca concordei com as máximas: "Universal é a última porta" - "Universal é a igreja forte, todas as outras são fracas" - "Nós somos a tropa de elite de Deus", etc. Quando completei 16 anos, comecei a querer conhecer outras igrejas, então congreguei um tempo em outra igreja, mas por pouco tempo, pois não me acostumava com um sistema tão diferente da IURD, afinal, praticamente nasci lá.
Aos 17 anos, comecei a namorar uma obreira, que hoje é minha esposa. Na época, somente comuniquei ao pastor que estava namorando. O pastor regional ficou tão indignado, que humilhou ela na reunião de obreiros, porque disse que não autorizou o namoro. Além disso, disse que se ela o desobedecesse, todas as doenças que ela tinha antes de entrar na igreja iriam voltar para ela. Além disso, um pastor auxiliar(que nós desconfiamos que gostava dela) por retaliação, tirou ela da liderança do grupo de teatro e de tribos. Todos diziam que eu era pertubado, pois não concordava com tudo que era feito na instituição.
Com pouco tempo, acabei sendo levantado a obreiro, sem preparo nenhum, simplesmente o pastor perguntou: você é batizado com o Espírito Santo? disse: sim, e ele disse para eu pedir meu uniforme. Acabei me sujeitando a tudo errado que faziam para ser "de Deus". Ex: A idolatria ao bispo Macedo, a autoridade incontestável do pastor, as entrevistas ao demônios.
Casamos, e durante nosso casamento dentro da instituição foram sempre assim: Se ganhávamos 1800 por mês, em torno de 1200 reais era dado a instituição, sendo em dízimos, propósitos e desafios. Até que caiu a ficha que parecia que todo mês estava fazendo fogueira santa. Eu sempre reparava nos outros obreiros abençoados da igreja, e seu envolvimento com as campanhas. Normalmente não os via sempre fazendo votos e sacrifícios, inclusive um deles chegou para mim me ensinando: Sacrifício não é assim, você não pode dar tudo sempre, pois vai ficar sem nada. Éramos muito radicais em nossas campanhas. Era um vício. Era satisfatório ser humilhado para dar dinheiro a instituição. Não me humilhava para Deus, mas para os homens somente.
Trabalhávamos juntos na empresa de meu pai, e vendo as dificuldades e a passividade dele, disse que somente o sacrifício o salvaria. Ele, que já tinha saído da instituição à anos, no momento concordou, e na crise, decidimos dar um sacrifício de 5000 reais para "nos salvar da crise". Isso foi em 2011. Firmei esse voto no altar, e depois de uns dias, ele me disse que tinha mudado de ideia. Que não iria sacrificar. Para mim foi a gota d'água ver a situação daquele jeito e sempre lembrava " só o sacrifício move a mão de Deus". Pedi minhas contas, minha esposa também, e vendi todos os móveis que tinha em casa, crente que Deus iria mudar minha sorte. Cumpri meu voto, e achava que as mágicas que eles ensinavam iriam acontecer comigo de forma muito rápida, afinal, eu não dei o meu tudo? Logo, a casa que morávamos era de meu pai, e ele me expulsou de lá. Fui morar de favor, não tinha nem um tostão, fui vender bombom na rua para ter as minhas coisas.

É claro que não ARREBENTEI. Já estava todo arrebentado, isso sim. Do dinheiro que ganhava, como ganhava por dia, acabava que não tinha controle, e novamente tudo ia para a instituição. Assim foram dois anos, até que Deus abriu a porta de emprego onde estou. Minha mãe, que é da instituição e tem uma loja, me pediu para administrá-la. Logo, agradeci a Deus pela vitória e comecei de novo no vício da oferta. É como na macumba, você acha que dando dinheiro somente receberá tudo. Com pouco tempo, percebi que esse método não era aplicado em uma empresa. Percebi que a moça do financeiro me mostrava que estava errado, e meus olhos começaram a serem abertos. Já não dava toda vez tudo que tinha sempre, e minha vida financeira finalmente começou a andar dentro da instituição.
Viajei para a Europa, em 2015. Via tudo começando a dar certo, quando decidi começar a fazer diferente. Nas fogueiras santas, pedia a Deus pelo Espírito Santo e Sabedoria divina, e dava aquilo que para mim era uma oferta de amor. Além disso, jejuava e orava, pois percebi finalmente que a oração e a sinceridade eram o que moviam a mão de Deus. Em 2016, decidi fazer faculdade de contabilidade, e assim, comecei a perceber as barbaridades que a instituição faziam.(Na contabilidade há muitas matérias de direito). Coisas como mistura de patrimônio entre a instituição e os líderes, o verdadeiro papel da igreja como ONG e não como empresa, a legislação vigente que diz a respeito da vasectomia, entre outras coisas. Via também a quantidade de igrejas que fechavam em nossa região e diziam que não tinham dinheiro para manter e pensava: MAS E AS ALMAS DAQUELE LUGAR?
Na Universal você aprende a desafiar autoridades, ter amuletos "gospel", fazer macumba "santa" e cometer crimes, como boca de urna. Diziam que ser preso fazendo isso era orgulho, pois Paulo também foi preso pelo evangelho. Percebi também que a igreja não era perseguida pelas boas obras, mas pelas obras imundas que ela pratica.
Sabe bispo, só tem uma coisa que me orgulho que fiz na Universal. Durante 3 anos, fomos lideres do grupo TF teen, e durante nossa gestão, ensinamos tudo o que a palavra de Deus dizia, conforme nossas condições. Sei que as vezes foram deturpadas, mas foram inúmeras as vezes em que ensinei aos adolescentes a palavra verdadeira. Já por muitas vezes ignorei a pauta da aula do dia para pregar o que realmente importava, e nunca forcei as crianças a sacrificar. Tenho bons frutos daquele trabalho.
Via também os pastores se escondendo quando ao final do culto o motorista dos ônibus vinham cobrar. Vi por muitas vezes obreiros e até a mim mesmo bancar a alimentação das crianças e produtos de limpeza. Sempre pensei: não acho ruim de colaborar, mas acho que a igreja deveria tomar a frente antes de mim. Se eu quero ajudar, amém, mas se não, a instituição deveria honrar com tudo isso, afinal a palavra de Deus completa "para que haja mantimento em minha casa".
Até que o Espírito Santo de pouco a pouco foi me abrindo os olhos, e como estudava e minhas viagens aumentaram a frequência, passei a ir menos a instituição e ler mais a bíblia em casa. Detalhe: quase todos os obreiros de minha igreja não leem a bíblia com frequência. O que colaborou para minha saída também era o regional que chegou também, pois era muito grosso e cobrava demais dos obreiros. Uma verdadeira tortura. Dizia a mim mesmo: o dinheiro da oferta do povo não pode ser usado para lucrar donos de cinemas, nem atores de televisão, muito menos programas imundos da programação da rede Record.
Na escola aprendia como eles conseguiam tirar o dinheiro da igreja e passar para empresas, e ia sendo desmascarado mentira por mentira que contavam. Como não conseguia mais ser cúmplice de tamanha sujeira, pedi o pastor para sair de obreiro. Minha esposa, mulher de Deus, de pronto também saiu junto comigo. Hoje estamos muito felizes congregando na igreja Batista. Aconteceu que veio um pastor para cuidar dos obreiros, pois estavam saindo muitos obreiros de minha cidade sem contar o motivo da saída. "São os olhos que se abriram", eu pensava.
Para finalizar bispo. Quero deixar bem claro para todos os que escrevem abobrinhas nos comentários. Repare que as pessoas que os olhos são abertos na instituição em sua maioria sempre procuram outra igreja, e até pedem ajuda para saber qual igreja congregar. Mas é a minoria que diz: VOU ABANDONAR JESUS!!! Pois ao meu ver, a saída da Universal é obra do próprio Espírito Santo. Assim que sai, que outras pessoas me comentaram de seu trabalho na internet e percebi que as barbaridades não aconteciam somente na minha igreja, mas em todo o mundo. Que Deus abençoe a todos e abençoe a você bispo, tenho um carinho muito especial pelo senhor. Um abraço.

Fonte: https://www.facebook.com/BispoAlfredo/posts/263476837497299

Nenhum comentário:

Postar um comentário