10/04/2017

Africa do Sul e a marcha do medo!

Textos parcialmente corrigidos a parti de 24/03/17

Mensagem recebida
Bom dia Bispo Alfredo
Aqui é da África do Sul. Ontem, domingo, tivemos a tarde do Alerta (no Brasil foi noite vigília) onde vestimos roupas brancas. Houve videoconferência para toda a África do Sul, onde o pastor responsável pelos obreiros no país usou a oportunidade para amedrontar os obreiros, jovens e evangelistas. Se não fosse os teus vídeos e mensagens recebidas do Facebook, não entenderia a estratégia.
Mostraram um vídeo com imagens do inferno, creio que tiraram do YouTube, onde o objectivo era aterrorizar as pessoas. Até leu trechos de um livro de alguém que teve experiência no inferno (coisa que não ouvíamos antes ser contada na IURD).
Antes leu mensagens sobre o servo improdutivo que deve ser lançado para o inferno (Mateus 25: 30), e disse que nesta passagem Deus falava com os servos, como nós. Para eles, o servo improdutivo é aquele que não compra livros superfaturados pelo Bispo, aquele que não aceita evangelizar todos os sábados (e durante a semana quando for programado) sem ter tempo para a família, aquele que não traz 15 pessoas para o estádio, como é o caso do próximo fim de semana.
Ouvi que o Bispo Marcelo Crivella fará a reunião no Estádio do Phillipi em Cape Town. Os pastores dizem que será uma grande benção. Mas é este Bispo que tem câncer de próstata. Aprendemos que só damos o que temos. Os obreiros doentes sofrem humilhação, mas este Bispo foi escolhido pelo “Espírito Santo” para abençoar o pessoal no estádio. Em suma, o servo improdutivo é aquele que não aceita a escravidão da IURD.
Chamou um ex-obreiro que decidiu voltar depois de 4 ou 5 anos afastado, para dar testemunho. E entendi que tudo isso tem haver com a pressão das denúncias. Eu fiquei muito triste porque a palavra de Deus é tão profunda, tão forte, mas eles usam aquilo para seus próprios objetivos. No fim, chamou aqueles que desejam se concertar com Deus, aqueles que tocam no dízimo, nos votos, que traíram as esposas, para tomar o cálice que simboliza o sangue de Jesus. Uma espécie de juramento para o compromisso total às ordens da IURD. Ainda que eu bebesse a garrafa toda nada aconteceria. Poucos foram.
Quase no fim, anunciou que tínhamos que sair a rua para marchar. Claro, se anunciassem nas igrejas poucos iriam para esta reunião nas Catedrais. Na reunião havia mães solteiras que deixaram filhos em casa, casais que trancaram filhos em casa para uma hora e meia (tempo normal da reunião), mas que acabaram por ficar mais tempo porque a marcha, uma espécie de evangelização para o estádio, levou quase duas horas.
Eu voltei antes da marcha terminar com a minha esposa, porque deixamos filhos. O mais engraçado é que na nossa cidade, o centro da cidade não tem pessoas na rua no domingo. A cidade fica deserta. É diferente de Joanesburgo de onde veio esta ordem. 90% do pessoal voltou com o material que levamos para evangelizar.
E os pastores (sem filhos, nem preocupação), estavam em cima das carrinhas a filmarem, todos contentes. Fizeram-nos de bobos. Aquilo é para enviarem as imagens para o “Chefe” para provar que a marcha foi feita. Mas não teve sentido nenhum. Obreiras velhinhas, também tiveram que juntar-se a marcha porque o pastor disse que quem ir para casa está a ir para a porta larga e quem juntar-se a marcha está a entrar na porta estreita.
Muito obrigado por nos ter aberto os olhos, para entender o esquema da IURD.
Pode postar. Não me identifique.

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